O comércio eletrónico entrou em 2025 com um novo paradigma: a fusão entre tecnologia, propósito e eficiência operacional.
Segundo o mais recente DHL 2025 E-Commerce Trends Report, construído a partir das respostas de mais de 4.000 empresas em 19 mercados globais, o setor prepara-se para uma década marcada pela aceleração tecnológica, pela pressão da sustentabilidade e pela necessidade de experiências omnicanal coesas.
1. Da omnicanalidade à integração total
A velha dicotomia entre loja própria e marketplace perdeu sentido.
Hoje, 63% dos retalhistas globais vendem em pelo menos três plataformas — e 74% mantêm o seu próprio site como pilar da marca. A estratégia é clara: “estar onde o consumidor está”, unindo marketplaces, redes sociais e apps próprias num ecossistema de compra contínuo.
Os próximos anos consolidarão o e-commerce como uma rede interligada, onde o consumidor pode iniciar a jornada no Instagram, comparar preços no Amazon e finalizar a compra na aplicação da marca — sem fricção nem perda de dados.
2. O comércio global é o novo normal
O relatório confirma que 64% das lojas online já vendem para fora do seu país, e esse número sobe para 81% entre as grandes empresas.
A aposta em sites multilingues, moedas locais e envio DDP (Delivery Duty Paid) mostra que o comércio transfronteiriço é mais do que uma ambição — é um requisito de sobrevivência.
Ainda assim, os desafios persistem: 53% das empresas apontam os custos de envio como principal obstáculo, seguidos pela complexidade aduaneira e pelos custos de devolução.
A DHL destaca que a simplificação logística e a automação alfandegária serão determinantes para expandir de forma sustentável.
3. O consumidor não compra apenas produtos — compra valores
A sustentabilidade deixou de ser uma opção e tornou-se um imperativo competitivo.
Mais de 85% dos decisores consideram-na fundamental para o negócio, e 70% já oferecem opções de entrega com menor impacto ambiental.
Mas o dado mais revelador é este: 35% dos consumidores já abandonaram um carrinho de compras por razões ambientais.
Ou seja, a pegada ecológica de uma marca já pesa tanto quanto o preço ou o tempo de entrega.
Modelos circulares, como reparação, revenda e programas de buy-back, começam a redefinir o que significa “vender bem” em 2025.
4. A inteligência artificial assume o volante
A revolução da IA está em plena marcha no e-commerce: 53% das empresas já a utilizam — seja para criar conteúdos, personalizar ofertas ou otimizar atendimento.
Nos bastidores, a IA generativa está a redesenhar o marketing, automatizando anúncios, descrições de produtos e recomendações personalizadas em tempo real.
O relatório revela ainda que 7 em cada 10 consumidores desejam experiências de compra potenciadas por IA, como provadores virtuais, chatbots empáticos e personalização dinâmica.
Quem não integrar estas ferramentas corre o risco de desaparecer da primeira página — não do Google, mas da mente do consumidor.
5. A logística é o novo motor da confiança
96% dos retalhistas reconhecem que a entrega e as devoluções são decisivas para fechar uma venda.
Mais do que rapidez, os consumidores querem flexibilidade, rastreabilidade e transparência.
O modelo “entrega gratuita + devolução facilitada” tornou-se padrão.
Para as empresas, isso significa trabalhar com múltiplos parceiros logísticos e investir em pontos de recolha (out-of-home), que 79% dos europeus já preferem para devolver encomendas.
A logística, tradicionalmente vista como o “fim” da experiência, é agora o início da fidelização.